Todos têm acompanhado o que está acontecendo entre os gaúchos. Mas o que podemos dizer, à luz da palavra de Deus, sobre essa tragédia?
A criação geme e suporta angústias até agora (Rm. 8:22). Desde que o pecado entrou no mundo, a terra sofre e os animais temem os homens (Gn. 3:18 e 9:2). Se no Éden os seres humanos viviam em harmonia com a fauna e a flora, fora dele a relação se tornou conflituosa. Enquanto não for redimida do cativeiro (Rm. 8:21), a natureza continuará vitimando pessoas e causando estragos.
Quando os ímpios governam, o povo geme (Pv. 29:2). Nem tudo deve ser colocado na conta da natureza caída. Parte da responsabilidade da tragédia tem a ver com a ausência de ações que poderiam mitigar os efeitos climáticos que têm castigado o mundo. Governantes municipais e estaduais subestimaram o conhecimento científico e os alertas que acontecimentos semelhantes enviaram nos últimos anos. Em nosso país, a grande maioria dos governantes é assessorada por aqueles que fazem parte do grupo de amigos e apadrinhados, e não por profissionais com formação técnica.
Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? (Tg. 4:14). Mesmo que todas as precauções sejam tomadas e ações preventivas sejam executadas, ninguém está isento de acidentes, tragédias e de ficar sem nada do dia para a noite. Por isso, mesmo que trabalhemos para ter uma vida justa e confortável, jamais percamos de vista que dependemos de Deus: “se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo” (Tg. 4:15).
Os ímpios arrancam da espada e distendem o arco para abater o pobre e necessitado (Sl. 37:14). Em meio à desgraça, ainda aparecem os que roubam, violentam e até matam em busca de vantagens ilícitas.
Portanto, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos (Gl 6:10). Felizmente, as doações, o voluntarismo e a ajuda ao próximo têm excedido, em muito, os casos de delinquência. Que também façamos nossa parte, oferecendo, além das orações, recursos financeiros e alimentícios ao povo do sul.
Na minha angústia, clamo ao Senhor, e ele me ouve (Sl. 120:1). Supliquemos a Deus para que, em meio à tragédia, os gaúchos se rendam a Jesus e possam, além de reconstruir suas vidas, ter a vida eterna.
Rev. Marcone Bezerra