O pecado é a pior doença, a grande psicose. Você não consegue escapar dele e nem o derrotar sozinho. Olhe à sua volta e verá a sua marca por todo o lado. O pecado complica o que já é complicado. A vida num mundo caído é mais árdua do que Deus pretendia para nós, no entanto nosso pecado o faz pior. Nós lidamos com muito mais que o sofrimento, doença, desapontamento e morte. Nosso problema mais profundo não é de natureza experimental, biológica, ou de relacionamento; é moral e altera tudo. Distorce nossa identidade, altera nossa perspectiva, sabota nosso comportamento e sequestra nossa esperança. Como Moisés mencionou quando descreveu a cultura humana antes do dilúvio “Viu o Senhor que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio de seu coração” (Gn 6.5). É isto que o pecado nos faz. É a pior doença!
A primeira coisa que o pecado produz é rebeldia. Isso é mais do que só quebrar algumas regras é uma deficiência básica no meu caráter. Não é algo que eu aprendo; nasci com isso.
A rebeldia é a tendência inata de ceder às mentiras da independência, autossuficiência e egoísmo. Isso resulta em violação habitual dos limites dados por Deus. A independência diz: “tenho o direito de fazer o que quero, quando quiser”. A autossuficiência diz: “tenho tudo que preciso em mim mesmo, então não preciso depender ou me submeter a ninguém”. O egoísmo diz: “eu sou o centro do meu mundo. É certo viver para mim mesmo e só fazer o que me traz felicidade” (essas são aquelas antigas mentiras).
O pecado também produz insensatez em nós. A insensatez acredita que não há perspectiva, discernimento, teoria ou “verdade” mais confiável que a nossa própria. Ela acredita na mentira de que sabemos mais. Ela faz com que distorçamos a realidade e vivamos em mundos que nós mesmos criamos.
A insensatez nos convence que estamos bem e que nossas escolhas rebeldes e irracionais são certas e as melhores.
A melhor notícia do reino não é isenção de dificuldades, sofrimento e perda. Antes, é a notícia do Redentor que veio resgatar-me de mim mesmo. Seu resgate produz mudança que basicamente altera minha resposta a essas realidades inevitáveis. O Redentor torna rebeldes em discípulos, tolos em ouvintes humildes. Nele podemos encarar a vida e reagir com fé, amor e esperança. À medida que nos modifica.
Presb. Misael Guerra
(Fragmentos do livro Instrumentos nas mãos do Redentor, pág. 32/37 – Paul David Tripp)