Os registros no livro de Atos impressionam: “umas cento e vinte pessoas” (1:15), “quase três mil pessoas (2:41), “quase cinco mil” (4:4) e “crescia mais e mais a multidão de crentes” (5:14). Ver e participar da expansão do reino de Deus é maravilhoso, mas também desafiador. Por exemplo, o capítulo 15 apresenta o conflito que ameaçou a unidade da igreja. Destaco três desafios que esse episódio nos impõe:
Aceitar que a igreja é suscetível a problemas. Há um contraste entre os últimos versículos do cap. 14 e os primeiros do cap. 15. A satisfação em informar o que Deus fizera entre os gentios (14:27) versus a contenda com aqueles que diziam algo incorreto (15:1-2). Na família espiritual, assim como em qualquer família sanguínea, surgem obstáculos para a comunhão. A verdade é que todos somos pecadores e esse fato gera dificuldades. A única igreja que não enfrenta problemas é a triunfante, formada por aqueles que já estão na presença do Senhor.
Saber enfrentar os problemas. A polêmica entre a dupla Paulo e Barnabé e os judaizantes teve que ser resolvida em Jerusalém (15:6). Após o debate, a assembleia chegou a um acordo. Lição: o enfretamento do problema requer paciência para escutar os outros, além de espírito cristão para aceitar a decisão tomada. Ser discípulo de Cristo implica renunciar ao eu em favor da família da fé. Saber enfrentar os problemas é fazer dos limões uma deliciosa limonada.
Preocupar-se com a comunicação na hora de resolver os problemas. Era necessário informar a decisão aos crentes das demais igrejas. Por conta disso foram escolhidos “homens notáveis entre os irmãos” (15:22). Judas e Silas eram crentes amadurecidos na fé. De fato, a comunicação deles foi exitosa (15:31). O aprendizado que podemos inferir daqui é que devemos tomar todo o cuidado na forma como dialogamos uns com os outros. As boas palavras “são favos de mel, doces para a alma, e saúde para os ossos” (Pv.16:24).
É necessário trabalhar pelo desenvolvimento da igreja. Mas devemos estar dispostos a administrar as “dores” do seu crescimento e zelar pela nossa comunicação. Que Deus nos abençoe nesse processo.
Rev. Marcone Bezerra Carvalho