Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Rm 14.5a
Já estamos acostumados, ao término de cada ano, seja por boa educação ou por modismo, ouvir o famigerado “Feliz ano novo”. Todos temos esse hábito. Porque, de fato, é isso é o que desejamos uns para os outros. E para nós? Bem, fazemos planos para o ano novo, mesmo que não tenhamos cumprido nenhuma das promessas feitas para o ano anterior. Não esqueçamos que “O coração do homem faz planos, mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor” Pv. 16.1.
Na maioria das vezes não tivemos muita originalidade nesses pedidos, a maioria deseja as mesmas coisas: emagrecer, gastar mais tempo com a família, praticar exercícios físicos, abandonar um vício, controlar as finanças, viajar, estudar etc. Alguns cristãos costumam acrescentar a essa lista o desenvolvimento das disciplinas espirituais, como leitura da Bíblia, oração e o culto familiar.
O Dr. Paulo Cândido, lembra que uma das razões para essa crença – de que o ano novo será feliz – está relacionado a uma antiga “canção” que diz: “adeus ano velho, feliz ano-novo!”. Porém, à parte da festa de final de ano, esse “mantra” comunica um conceito equivocado: que o velho seja ruim, incompleto e descartável, enquanto o novo é desejável. É como se o “novo” mudasse tudo simplesmente por ser novo. Será? Na realidade, ano-novo significa a continuidade da vida, da velha vida. Para que isso seja diferente, é preciso haver mudança no nível das raízes. Só então poderemos experimentar vida renovada. Sorte, acaso ou destino têm pouco ou nada que ver com sucesso ou fracasso no ano-novo. “ Se Deus não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam” Sl 127:1.
Porém, se você quer ter sucesso nas metas para o ano novo é preciso prestar atenção a uma lição simples e eficaz da natureza: bons frutos são o resultado de raízes saudáveis. “Como árvore plantada à beira de águas correntes: dá fruto no tempo certo e suas folhas não murcham. Tudo o que ele faz prospera!” (Sl 1:3
As resoluções de ano-novo são importantes. Porém, mais importante é realizar e colher os resultados positivos das metas estabelecidas. Para isso, é preciso concentrar forças no que realmente produzirá os resultados que desejamos. Nessa direção, recomenda-se buscar a orientação bíblica, que contempla valores relacionados ao nível das raízes da espiritualidade, onde encontramos uma lista com “o fruto do Espírito”: amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (Gl 5:22, 23).
Quando colocamos nossos planos sob a direção de Deus, Ele faz surgir dons em nós, como frutas que nascem num pomar: afeição pelos outros, uma vida cheia de exuberância, serenidade, disposição de comemorar a vida, um senso de compaixão, de solidariedade, de vontade de servir. Nós nos entregamos de coração a compromissos que importam, sem precisar forçar a barra, e nos tornamos capazes de organizar e direcionar sabiamente nossas habilidades.
Quem deseja colher melhores frutos em 2022 precisa se concentrar primeiramente nas raízes, ou seja, nos fundamentos das promessas, o resto será consequência. Se a mudança não ocorrer nesse nível, o ano velho continuará conosco e o ano-novo não terá começado em 1º de janeiro.
Presb. Sebastião Faustino de Paula