Jó era um homem riquíssimo, o homem mais rico de todo o oriente (Jó 1.3).
Homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal (Jó 1.1).
De repente, a tragédia se abate sobre a vida dele: Perdeu a saúde, os filhos, os bens, o respeito e confiança das pessoas (Jó 1). Tudo de uma só vez.
Foi acusado pelos amigos e pela própria esposa.
Poderia apostar que nenhum de nós tenha passado por algo que seja comparável ao infortúnio de Jó.
No capítulo 19 de Jó, ele mesmo descreve sua situação:
“(…) Deus é que me oprimiu e com a sua rede me cercou. ” (Jó 19:6)
“O meu caminho ele fechou (…) nas minhas veredas pôs trevas. ” (Jó 19:8)
“Da minha honra me despojou e tirou-me da cabeça a coroa.” (Jó 19:9)
“Arruinou-me de todos os lados, e eu me vou; e arrancou-me a esperança, como a uma árvore. ” (Jó 19:10)
Percebam que Jó não culpa o Diabo, ele sabe que Deus é soberano e possui o controle de sua vida.
“Os meus parentes me desampararam, e os meus conhecidos se esqueceram de mim. ” (Jó 19:14)
Jó foi abandonado por parentes e amigos.
“Os que se abrigam na minha casa e as minhas servas me têm por estranho, e vim a ser estrangeiro aos seus olhos.
Chamo o meu criado, e ele não me responde; tenho de suplicar-lhe, eu mesmo. ” (Jó 19:15,16)
Jó foi desprezado até mesmo pelos seus servos e por aqueles a quem deu abrigo em sua casa. Além da dor física, ele teve de conviver com a dor da ingratidão.
“O meu hálito é intolerável à minha mulher, e pelo mau cheiro sou repugnante aos filhos de minha mãe. ” (Jó 19:17)
“Os meus ossos se apegam à minha pele e à minha carne, e salvei-me só com a pele dos meus dentes. ” (Jó 19:20)
O estado de saúde dele era tão lastimável, que nem mesmo sua mulher e seus irmãos de sangue toleravam ficar perto dele.
“Até as crianças me desprezam, e, querendo eu levantar-me, zombam de mim. ” (Jó 19:18)
Foi alvo de zombaria.
Todo esse drama narrado causa espanto e perplexidade.
Será possível conservar fé e esperança em meio a um cenário de sofrimento tão severo?
Em meio a dores, Jó faz uma das afirmações mais belas da bíblia:
“Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra. ” (Jó 19:25)
Eu sei que o meu Redentor vive!
Como é possível conservar certezas? Como é possível ter esperança na adversidade?
Jó nos ensina: foque no Redentor.
Jó não conhecia a Jesus Cristo, pois este não havia se manifestado em carne naquele tempo. Mas ele cria na promessa do Redentor.
Ele não havia visto a ressurreição de Cristo, mas cria na promessa da ressurreição.
Embora nunca tenha lido a segunda carta de Paulo aos Coríntios, Jó sabia que não deveria desanimar, “(…) pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia.
Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas. ” (2 Coríntios 4:16-18)
Que sigamos o exemplo de Jó. Que o Senhor preserve a nossa fé e esperança nas tribulações.