Existem histórias fascinantes. A reconstrução dos muros de Jerusalém é uma delas. Sob a liderança de Neemias, os judeus reergueram a muralha que esteve em ruínas durante quase 150 anos. O que mais me impressiona neste feito é que a reconstrução levou 52 dias. Neemias e seus compatriotas, em menos de dois meses, fizeram o que gerações não conseguiram em anos. Para entender o sucesso desse empreendimento, faz-se necessário observar os princípios que guiaram a façanha.
Inspeção (Ne 2:12-15). Ao chegar em Jerusalém, Neemias, que vinha da Pérsia, pôs-se a andar pelo interior da cidade. Era necessário fazer uma inspeção, ver de perto o muro e as portas, reconhecer o terreno. Para que encontremos soluções eficazes para os problemas, é fundamental que tenhamos o diagnóstico certo.
Discrição (Ne 2:16). No primeiro momento, Neemias não disse a ninguém qual era o seu plano. Há tempo para tudo, inclusive para falar. Existem projetos que fracassam antes mesmo do início de sua execução porque são mal apresentados. Nem tudo que pensamos deve ser dito às pessoas. Nem tudo que fazemos deve ser divulgado nas redes sociais.
Convocação (Ne 2:17). Feita a inspeção e mantido o plano em segredo, chegou o momento de convocar os israelitas: “Venham, vamos reconstruir o muro de Jerusalém, para que não fiquemos mais nesta situação humilhante”. Neemias era inteligente, mas não o Super-Homem que tem poderes extraordinários. Problemas de grande proporção jamais serão vencidos por pessoas que lutam sozinhas. A convocação era, também, um pedido de ajuda.
Convicção (Ne 2:18a). A convocação feita por Neemias era o resultado da certeza de estar fazendo a vontade de Deus. Saber o que deve ser feito e para quem deve ser feito (Deus) deve incendiar nosso coração. Um crente com convicção da vontade celestial faz e fala o que é certo independente das circunstâncias. Age por princípios e não por conveniência.
Cooperação (Ne 2:18b). Uma coisa é convocar as pessoas. Outra, é obter a resposta positiva delas. Diante da convicção vista em Neemias, os israelitas disseram: “Disponhamo-nos e edifiquemos”. A frase seguinte mostra como o ambiente mudou: “E fortaleceram as mãos para a boa obra”.
Enfrentamento da oposição (Ne 2:19-20). Não há vitória sem luta, nem sacrifício sem sangue. Logo que perceberam o movimento dos judeus, os adversários começaram a zombar deles. Novamente, a convicção de Neemias fez toda a diferença: “O Deus dos céus fará que sejamos bem-sucedidos”. O foco era o Senhor e não os obstáculos humanos.
Meus irmãos e irmãs, lutas, desafios e provações se apresentam diante de todos nós. Disponhamo-nos e edifiquemos. “Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” (Rm 8:37). Em Cristo já temos a vitória.
Pr. Marcone Bezerra