“…pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos…” (Atos 17.28)
Se fizermos esta pergunta para um descrente ele, naturalmente, responderá que somos nós próprios. E nós? O que responderíamos? Bem, eu diria que depende das diversas circunstâncias. Quando estamos bem – em todos os sentidos – na maioria das vezes, agimos como se nós próprios tivéssemos o controle de tudo, como se tudo dependesse de nós. Nesse sentido planejamos, trabalhamos, corremos desenfreadamente atrás de coisas que, normalmente, nem precisamos.
Deus nos fez seres responsáveis. Por isso, a soberania de Deus não anula a nossa responsabilidade, ou seja, Deus não faz aquilo que nos compete fazer. Aqui me lembro de alguns exemplos, como o da mãe de Moisés que providenciou os meios de escondê-lo enquanto pôde (Êxodo 2: 1-5); José e Maria fogem para o Egito para proteger o menino Jesus, ante a fúria de Herodes que o procurava para matá-lo (Mateus 2:13-23); a viúva que, rompe barreiras e paradigmas – para a sociedade daquela época – e vai e bate à porta do juiz iníquo para que julgasse sua demanda (Lucas 18:1-8); e tantos outros episódios em Deus perguntava: o tens na tua mão? Brinca um grande amigo que Deus faz milagres e não mágica! Usa o natural para fazer o sobrenatural.
Infelizmente, a maioria de nós, quando está mal, ou quando vive momentos adversos, como doença, crise, falência, desemprego, fica na inércia, em estado de letargia, e atribui toda responsabilidade a Deus. Como se aquele estado introspectivo fosse, por si só, reverter aquela situação. Circunstância que pode levar-nos a um estado de vitimização fazendo aquele paradoxo: “puxa, eu me esforcei tanto”; “fiz tudo certo”; “isso só acontece comigo”. São momentos perigos para dar brechas para o inimigo agir, fermentar e fazer crescer nossa ingratidão para com Deus. Neste momento que muitos se perdem.
Em tempos “normais” ou não, sempre precisamos ter e fazer planos, de fazer a nossa parte, como estudar, aperfeiçoar, aprender coisas novas, melhorar ainda mais o que já sabemos fazer, cultivar e ampliar nossa rede de amizade. Importante termos em mente o exemplo do semeador, que fica responsável por lançar a semente, mas a germinação bem como a colheita independem dele. Diz-se um adágio popular que quem semeia tem grandes chances de colher; porém, quem nada semeia não tem chance nenhuma. Assim como nos nossos planos, a resposta certa vem do Senhor.
Quando temos a firme certeza de que Deus controla e sustenta todas as coisas, aprendemos a viver nesses tempos difíceis (Colossenses 1:17). E, se sabemos que ele tem o controle de tudo, podemos descansar de que ele cuida de cada um de nós! Que no tempo certo as sementes por nós lançadas darão os seus frutos. E os nossos planos que estiverem de acordo com a vontade de Deus, serão aprovados (Provérbios 16:1).
Como se vê, fazer planos (pessoais e profissionais) depende de nós, mas o resultado deles dependente sempre de Deus, em qualquer tempo ou circunstância. Nesse sentido precisamos pedir que Deus nos dê humildade sempre, em especial para entender que, mesmo em tempos de bonança não acharmos que nós estamos no controle de nossas vidas.
Pb. Sebastião Faustino