Deus faz que o solitário viva em família; Salmo 68:6”a”
Estou no interior visitando minha mãe, que dos altos dos seus 86 anos, criou e educou 10 filhos. Nessas oportunidades aproveito para refletir sobre a família (de sangue) que Deus nos deu. Porém, se não a maioria, boa parte de nós já se questionou ou já se perguntou: por que nasci nesta “minha” família e não em outra? Em especial quando se é criança, e até adolescente, é comum fazer esse questionamento. Aos nossos olhos, as outras famílias são, se não perfeitas, ao menos melhores do que a nossa.
Eu mesmo, quando criança, se tivesse a opção, naquela época, preferiria ter nascido na família de um tio que, aos meus olhos, era rico, em vez da minha que era pobre. Mas graças a Deus, que pela sua infinita misericórdia e amor, não acolhe todos os nossos pedidos e desejos.
Lembrei-me desse fato ao ler a história de Gideão, narrada no capítulo 6 do livro de Juízes. Registram as Escrituras que os filhos de Israel fizeram o que era mau aos olhos de Deus, em decorrência eles foram entregues nas mãos dos midianitas por sete anos. Tudo que o povo de Israel plantava, colhia, produzia ou criava, era saqueado pelos midianitas, amalequitas e outros povos do oriente.
Gideão estava malhando trigo no tanque de pisar uvas, escondido, para que os midianitas não o encontrasse. Isso mesmo, Gideão, apesar do medo, estava trabalhando; aprendi, também, que Deus sempre chama os ocupados, mas esse tema será objeto de outra pastoral.
Bem, nesse contexto aparece o anjo do Senhor a Gideão e lhe diz: “O Senhor é contigo, homem valente”. Ao que Gideão lhe respondeu: “Ai, Senhor meu, se o Senhor é conosco, por que tudo isto nos sobreveio? E que é feito de todas as suas maravilhas que nossos pais nos contaram, dizendo: Não nos fez o Senhor subir do Egito? Porém agora o Senhor nos desamparou, e nos deu nas mãos dos midianitas”.
Então o Anjo do Senhor olhou para Gideão e disse: “Vai nesta tua força, e livrarás a Israel das mãos dos midianitas; porventura não te enviei eu?” Obviamente teria visto o anjo que Gideão estava com muito medo.
Mas vejamos a resposta de Gideão: “Ai, Senhor meu, com que livrarei a Israel? Eis que a minha família é a mais pobre em Manassés, e eu o menos valoroso da minha casa”. A propósito, Davi também era o “menor” da sua casa quando fora escolhido rei.
Nesse quesito Gideão tinha razão; como é sabido, naquela época, em Israel existia muitas famílias nobres, famílias de valentes – aos olhos humanos. Mas como diz em 1 Coríntios 1. 27:29: “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e, as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes.”
O final dessa história, todos conhecemos: com apenas 300 homens Gideão – que se julgava o menor da sua família – derrotou todo aquele numeroso povo inimigo.
A força de Deus se aperfeiçoa na nossa fraqueza, independentemente da família onde Deus permitiu que tenhamos nascido. Que aprendamos a ser gratos e a valorizar a nossa família.
Mesmo que você se sinta o menor da sua família, ou que, aos seus olhos, a sua família seja a menos influente; lembre-se que quando somos fracos aí que somos fortes. 2 Co. 12:9.
Deus sempre tem um propósito ao ter permitido que cada um nascesse na família em que nasceu.
Presb. Sebastião Faustino