Cristo e a Oração

“Naqueles dias, retirou-se para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a Deus. E, quando amanheceu, chamou a si os seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome de apóstolos” Lucas 6.12-16

“… passou a noite orando a Deus. ”Jesus, o Deus Filho, passou a noite inteira em oração ao Pai. Jesus tinha uma importante tarefa a cumprir na manhã seguinte. Ele chamaria os seus discípulos e, dentre eles, os Apóstolos.

A oração era parte da rotina de Jesus. 

Após a cura de um leproso, as pessoas procuravam Jesus, “Ele, porém, se retirava para lugares solitários e orava” (Lc 5.16). 

Após multiplicar pães e peixes, Jesus mandou seus discípulos entrarem no barco, despediu-se da multidão, “E, tendo-os despedido, subiu ao monte para orar. ” (Mc 6.46). 

Antes de ser preso, em meio a angústia, Jesus orou no Getsêmani. 

“Ele, por sua vez, se afastou, cerca de um tiro de pedra, e, de joelhos, orava, dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua. ” (Lc 22.41).

Mas por qual motivo Jesus orava, se Ele é o próprio Deus encarnado? Essa é uma pergunta que muitos se fazem.

Creio que o principal motivo pelo qual Jesus orava constantemente era porque Ele amava falar com o Pai, desfrutar da presença do Pai, estar a sós com o Pai. 

Mesmo antes da criação, sempre houve uma relação de amor e deleite mútuo entre o Pai e o Filho. “Porque me amaste antes da fundação do mundo” (João 17.24)

Inclusive, Pai e Filho estavam juntos na Criação. 

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. ”  (João 1.1-3)

O Pai sempre se alegrou no Filho. “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo. ”  (Mateus 3.17)

Não é difícil compreender porque Jesus dedicou tanto tempo à oração. 

Jesus orava porque sempre desfrutou da comunhão de seu Pai, desde os tempos eternos. Ele fazia o que estava, eternamente, habituado a fazer.

Obviamente, não podemos ignorar que o Cristo encarnado, embora continuasse sendo Deus, viveu a humanidade em sua plenitude. 100% homem e 100% Deus. Jesus sofreu na carne as misérias, aflições e tentações pelas quais todos nós passamos. Em sua humanidade, o Filho dependia do Pai. Lembremos que, no Getsêmani, em meio à grande angústia que precedeu a crucificação, Jesus buscou a comunhão do Pai em intensa oração.

Também precisamos atentar ao caráter pedagógico da vida de Jesus. E isso inclui sua vida de oração. 

“…pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos”

1 Pedro 2.21

Jesus orava, também, porque queria deixar uma valiosa lição aos seus discípulos. Jesus é o nosso farol, o nosso referencial, porque Cristo é “o resplendor da glória e a expressão exata do Ser de Deus. ” (Hebreus 1.3)

Que possamos olhar para a vida de oração de Jesus como um modelo para nós. 

O Apóstolo João nos exorta que “aquele que diz que permanece nele (Cristo), esse deve também andar assim como ele andou. ”  (1 João 2.6)

Que Deus nos dê graça e nos ajude a andar como Cristo andou: em oração, constantemente na presença do Pai e desfrutando da comunhão do Pai.

Ótimo domingo! 

Pb. Romulo Fulgoni